NOTICIAS26/06/2025

Foi-se um dos grandes: Edgar Oliveira, fundador do Sindjuse/TRE-SP, presente!

Por: Luciana Araujo
Diretoria e equipe do Sindicato manifestam condolências à família, colegas de trabalho e amigos de vida; funeral ocorre nesta sexta, 27 de junho, a partir das 11h30, no Cemitério Vila Formosa, na Zona Leste da capital.
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Faleceu neste dia 25 de junho o servidor do TRE-SP e chefe de cartório da 350ª Zona Eleitoral, Edgar Oliveira da Silva (foto). Boa gente, querido por onde passou, Edgar foi o assunto nos grupos de colegas da Justiça Eleitoral no dia de hoje.O Sintrajud presta esta última singela homenagem na expectativa de fazer justiça à história de Edgar, fundador do Sindjuse (o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Eleitoral, uma das entidades originárias da organização sindical da categoria).Chefe de cartório na 350ª Zona Eleitoral, no bairro de Sapopemba, Zona Leste da capital, Edgar foi vitimado por um infarto fulminante aos 63 anos recém completados, em 16 de maio. O servidor será velado a partir das 11h30 desta sexta-feira (27 de junho), no Cemitério Vila Formosa, e o sepultamento acontecerá às 13h45. O cemitério fica na Avenida João XXIII, 2537, bairro de Vila Formosa, também na Zona Leste de São Paulo (velório 13).

Convicções sólidas e companheirismo

“Edgar foi um dos pilares da construção do sindicalismo no Judiciário em São Paulo. Suas convicções sólidas e radicais ainda sustentam nossa organização e luta”, afirmou à reportagem do Sintrajud Démerson Dias, contemporâneo de Edgar na gestação da organização da categoria como classe.Também decano do sindicalismo na Justiça Eleitoral paulista, Gerson Ney França, hoje lotado no cartório de Taubaté, primeiro confessou-se “nocauteado” pela notícia da passagem do companheiro de lutas. Em seguida, escreveu: “Sou (era) dois anos mais velho do que o Edgar. Dois anos, três meses e umas duas semanas (já que a precisão na contagem do tempo passa a ser preciosa quando chegamos à idade em que estamos). Então, a primeira sensação ao receber a notícia de sua morte é um sentimento de injustiça… Engraçado (se se pode usar esse adjetivo neste momento) é que exatamente isso, acima de tudo, era o que nos unia: um sentimento de injustiça… Injustiça a qual sonhamos combater, lá pelo final dos anos 80, quando fundamos o Sindjuse (um dos gametas que geraram o Sintrajud)”.“Edgar sempre foi (e isso eu, Démerson, Lutemberg e Cláudia sabíamos sem piscar) o mais sólido de todos nós. Quando as coisas não iam bem, era para ele que olhávamos, para buscar segurança. Todos sempre fomos dados um pouco a viagens intelectuais e retóricas, e o Edgar era o porto para o retorno dessas viagens. Era o esteio das realizações. Nunca vi a palavra “companheiro” definir tão bem alguém. Pessoalmente, foi um irmão, um amigo incondicional. Todos que conviveram com ele, tenho certeza, aprenderam muito com sua sólida sabedoria. A mim ele ensinou demais. Não sei se lhe retribuí algo (olha aí o sentimento de injustiça, de novo). Que falta ele fará (já fazia, pois há muito não nos víamos), para dar um sentido prático a abstrações como esta em que agora me encontro. Queria ter dito tudo isso a ele. Mas dizê-lo agora à categoria é dar um sentido prático a essa dor. É ser um pouco Edgar…”, completou Gerson França.

Marido, pai, avô, amigo e referência no TRE-SP

O servidor deixa esposa, duas filhas e uma netinha, além de um enorme grupo de amigos com quem trabalhava ou trabalhara mais recentemente e aqueles que a vida afastou fisicamente, mas seguiam considerando-o um companheiro, na mais radical acepção da palavra.“Não era só meu chefe, ele era meu amigo, protetor. Eu e meu esposo, Bruno, contamos com o carinho dele pelas perdas que tivemos também. Ele sempre com alguma palavra de conforto. Sou servidora pública requisitada e no meu pior momento, quando todos fecharam as portas, ele abriu, confiando sempre no meu trabalho e no meu potencial  no cartório eleitoral de Sapopemba (350ª ZE). Ele não parecia chefe. Estava sempre à frente de tudo aqui. Carregava urnas, suava a camisa pelo cartório que chefiava. E a tristeza dele era profunda pela devolução dos funcionários. Ele sempre falava em ter fé que vamos permanecer. A funcionária mais antiga deste cartório, Vanize, está aqui desde 1996. E ele sempre lutou pelos funcionários requisitados. É chorando que escrevo esse pequeno relato. E sei que ele está  em um bom lugar”, relatou Vanessa Alves Santiago Belini, que há seis anos atua na Justiça Eleitoral como requisitada, três deles na 350ª ZE.Vanessa recordou ainda que Edgar sempre falava com orgulho que foi um dos primeiros associados ao Sintrajud.“Fiquei muito triste ao saber da passagem do grande companheiro de luta, Edgard. Participei junto com ele da direção do Sindjuse, Sindicato precursor do Sintrajud, um querido que, infelizmente, nos deixa muito cedo. Meus sentimentos aos familiares e pessoas mais próximas”, afirmou Cláudia Sperb, ex-dirigente fundadora do Sindicato e servidora aposentada do TRE-SP.‘Sofremos uma grande perda. Quando cheguei, em 1989, no Tribunal, o Edgar já estava lá e dirigia o Sindicato, junto com outros companheiros. Em 2006, quando eu fui para a chefia do cartório de Sapopemba, a administração enviou o Edgar junto comigo para me auxiliar na tarefa de dirigir aquele cartório. Eu saí em 2007, e ele continuou lá, até sua partida. Um grande companheiro, sempre presente nas lutas, tranquilo, conselheiro, firme nas suas posições. Realmente, uma grande perda”, aponta Lutemberg Souza, chefe de cartório no bairro de Ermelino Matarazzo e também ex-dirigente do Sindjuse, fundador e atual integrante da coordenação geral do Sintrajud.Ciro Manzano, também dirigente do Sintrajud e chefe de cartório no município de Regente Feijó, região oeste do estado, lembrou que “a gente dividiu o espaço da Sede [do TRE-SP] nos primórdios. Lá no final dos anos 1980, até meados dos anos 1990. Sempre bem humorado, camarada, parceiro. Depois eu vim para o interior e não tivemos mais contato, mas é alguém que será lembrado, com afetividade, que lamentamos não ter mais a convivência”.A diretoria do Sindicato e o corpo de funcionários somam-se às manifestações de pesar em razão da passagem de Edgar. Mas como lembrou Démerson, suas convicções sólidas e radicais seguirão sustentando a organização sindical e as lutas da categoria no estado de São Paulo. E assim ele estará para sempre, PRESENTE!