NOTICIAS20/03/2025
Greve unifica categoria por carreira, saúde, salário e direitos
Por: Luciana Araujo
Primeiro ato de todos os ramos neste ano fechou a rua e lembrou início das lutas que conquistaram os Planos de Cargos e Salários; luta continua com ato no próximo dia 31 contra as novas normativas de saúde baixadas pelo CSJT.

Ouça a matéria

Servidores fecham rua em frente ao TRE-SP (Foto: Joca Duarte).
Luta contra o ajuste

Algumas das varas trabalhistas que aderiram à greve no Fórum Ruy Barbosa (Arquivo Sintrajud).

Cidades do interior do estado, Grande São Paulo e Baixada Santista também participaram da greve deste dia 20 (Arquivo Sintrajud).
Saúde é um direito
A reivindicação de mais verbas para o orçamento da saúde e retomada da isonomia na distribuição desses recursos foi outra pauta do ato. As novas normativas do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) aprofundam a hierarquização de vidas no Judiciário, estipulando piso com garantia de irredutibilidade para o auxílio-saúde da magistratura enquanto colocam a possibilidade de redução dos valores pagos a servidores."Não temos plano de saúde na Eleitoral e o Tribunal está exigindo comprovante de pagamento de plano, sendo que não garante o nosso plano e os nossos colegas ainda podem ficar sem o auxílio", destacou o diretor do Sindicato Maurício Rezzani.No TRT-2, desde 2022 a categoria luta contra a quebra da isonomia e em 2024 houve redução de 14% na participação do Tribunal no custeio da saúde no Regional. "Há mais de dois anos nós estamos nessa luta e o CSJT depois desse tempo todo dobrou a aposta da desigualdade. A gente tinha um piso diferenciado e agora tem também um teto diferenciado. As novas normas se forem aplicadas vão levar ao corte do nosso auxílio-saúde e não podemos permitir isso", alertou a diretora do Sindicato Camila Oliveira.No dia 31 deste mês, enquanto uma representação do Sindicato acompanhará em Brasília o julgamento das normativas de saúde no Conselho Superior da Justiça do Trabalho, um novo ato-assembleia acontecerá no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, a partir das 13 horas, para acompanhar o julgamento e pressionar pela derrubada dos atos em discussão no CSJT.Contra a terceirização e em defesa dos requisitados
Após a manifestação, uma comissão de grevistas ainda foi até o Hotel Radisson Paulista Plaza, na Alameda Santos. No local acontecia a reunião do Colégio de Presidentes dos TREs de todo o país, com a participação dos diretores gerais — que se posicionaram favoravelmente à terceirização para substituir servidores requisitados que estão sendo dispensados da Justiça Eleitoral para retornarem a seus órgãos de origem.A medida coloca em risco o próprio funcionamento dos TREs e cartórios eleitorais, e ameaça a organização das próximas eleições e a segurança do maior banco de dados pessoais do país. Só em São Paulo, a Justiça Eleitoral perderá mais de mil servidores com experiência construída em alguns casos há mais de 20 anos. Abaixo-assinado contra a terceirização e em defesa dos requisitados movido pelo Sintrajud colheu cerca de 4.700 assinaturas e uma petição assinada por juízes, chefes e assistentes de cartório somou mais de 700 subscrições.O Sintrajud defende a permanência dos servidores/as requisitados/as, a nomeação imediata de todos os aprovados em concursos públicos e a criação de novos cargos para suprir o déficit crônico de servidores na Justiça Eleitoral. Além de repudiar a terceirização e qualquer forma de precarização do serviço público.
Comissão de servidores realiza ato em frente ao hotel onde acontece encontro de gestores da Justiça Eleitoral (Foto: Joca Duarte).