NOTICIAS02/10/2025

Reforma aponta para terceirizações e servidor refém da armadilha de avaliações de desempenho

Por: Hélcio Duarte Filho
Proposta que acaba de ser apresentada pelo relator está sendo analisada pelo Sindicato e será pauta da reunião do Conselho de Base deste sábado (4): hora de acelerar a mobilização
Reunião do GT da Reforma na Câmara. Agência Câmara
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As servidoras Camila Oliveira e Isabella Leal, dirigentes do Sintrajud, informam, de Brasília, sobre a proposta de reforma administrativa divulgada, nesta quinta-feira (02), pelo relator da matéria, deputado federal Pedro Paulo (PSD/RJ).

O texto que traz a proposta de emenda constitucional, de lei complementar e de projeto de lei ordinária possui 111 páginas e vinha sendo mantido em segredo pelo parlamentar. 

“Precisamos entender a profundidade e gravidade que este texto tem à nossa estabilidade e ao serviço público”, diz Camila. “O Pedro Paulo está trabalhando para que tenha regime de urgência para tramitar isso na Câmara”, alerta. 

Outro aspecto que preocupa é o foco dado pela proposta na avaliação de desempenho, que passaria a ser determinante na definição das remunerações e pode ser usado para políticas de demissão. 

Ao mesmo tempo, pelo que já se sabe da proposição, o texto aponta para mais mecanismos de contenção de recursos orçamentários para os serviços públicos, já muito precarizados, e abriria uma avenida para terceirizações. Estabelece como regra a redução de concursos direcionados às áreas fins, priorizando carreiras transversais - o que tende a ampliar as terceirizações. 

Os textos apresentados e a aceleração da luta contra a reforma administrativa integram a pauta da reunião do Conselho de Base do Sintrajud, que ocorrerá neste sábado, dia 4 de outubro de 2025.

Na audiência pública realizada na véspera na Câmara, pela Frente Parlamentar Mista dos Serviços Públicos, da qual o Sintrajud participou, entidades sindicais e parlamentares ressaltaram a ameaça que representa este processo para os serviços públicos e o funcionalismo.

Foi alertado para o risco de possíveis manobras para aprovar os projetos em alta velocidade, como ocorreu com a PEC da Blindagem (ou da Bandidagem, como foi batizada), posteriormente derrubada no Senado após as mobilizações de rua. 

Uma das possibilidades é o uso da PEC-32, que está pronta para ser votada em Plenário e que poderia ser ressuscitada na forma de um substitutivo.

A servidora Isabella Leal menciona o êxito obtido na véspera na busca de assinaturas para apresentação do pedido de urgência para a tramitação do projeto de reajuste salarial da categoria. E observa que é preciso uma “mobilização intensa” para barrar a reforma administrativa e impedir que direitos conquistados pelos servidores e servidoras sejam usurpados.

Confira o informe de Isabella e Camila:

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