NOTICIAS10/12/2025

Lugar de mulher é na política! E onde mais ela quiser

Por: Coletivo de Mulheres Mara Helena dos Reis e diretoria do Sintrajud
Confira a nota do Coletivo de Mulheres e da diretoria do Sintrajud sobre episódios de machismo e misoginia em grupos de mensagens da categoria.
Ato na Paulista, no dia 7. Arquivo Sintrajud
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A participação das mulheres na vida pública, principalmente na esfera política, foi algo conquistado a duras penas, não houve nenhum tipo de concessão.

Pelo contrário, os obstáculos foram muitos e sabemos, continuam sendo, a exemplo das recorrentes práticas de misoginia e machismo contra as mulheres que atuam no sindicalismo do PJU, sendo atacadas por pessoas das mais diversas correntes políticas em ambientes presenciais e, sobretudo, em grupos de whatsapp, como costumeiramente temos infelizmente registrado, mesmo que prints como estes já sejam reconhecidos até como prova judicial, devido ao machismo que impera na sociedade.

A nossa presença em espaços políticos que costumeiramente eram ocupados somente por figuras masculinas, incomodam a esses que só enxergavam e se reconheciam em seus gêneros semelhantes e acima de tudo, se aliaram num privilégio em comum.

A mulher que ocupa espaço político, causa incômodo e seus discursos, suas elaborações e seus posicionamentos, causam frenesi nos homens, que são incapazes de:
1. primeiramente, ouvir - sem interromper;
2. contra-argumentar - sem a reduzir, principalmente em críticas ao seu físico, sua roupa e/ou seu jeito de viver; e3.  divergir - sem estigmatizar, taxando como loucas, histéricas, nervosas, incapazes de controlar suas emoções e etc. 

E, principalmente, acatar suas ideias - sem (re) apresentá- las como suas e levando os créditos por elas. 

São inúmeros os incômodos gerados pela presença das mulheres hoje na política e um outro grande avanço e novamente, conquista tão somente nossas, é a conceitualização dessas opressões: manterrupting  mansplaining, bropriating, gaslighting entre outros.

O que deve ser compreendido pelos homens que lutam a nosso lado, é que somos igualmente exploradas/os, como trabalhadoras e trabalhadores que sabemos que somos, e sofremos ainda a opressão e violência dos homens.Isso enquanto o capital acumula ainda mais riquezas sob os corpos das mulheres, da negritude, de indígenas e de pessoas com deficiências.

Não permitiremos que nenhuma de nós seja atacada, silenciada e invisibilizada por ser mulher. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud “Mara “Mara Helena dos Reis”, sempre se fará presente nos espaços em que às mulheres estejam sofrendo assédio, machismo ou/e misoginia, para que a violência seja interrompida.  
      
Assim, como todo o enfrentamento político que fazemos em assembleias, atos e manifestações, também abrimos espaços para debates e formações políticas, para que o machismo que estrutura essa sociedade seja identificado nas ações do cotidiano e descontruídos.